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Pesquisa
Parcerias

Desde a proposta inicial, o projeto Reflorestar incluiu a parceria com grupos acadêmicos de pesquisa. Nossa intenção é, por um lado, contar com a colaboração de pesquisadores que possam aprofundar e expandir as análises dos dados que estamos gerando; e, por outro lado, contribuir para a formação de cientistas e para a geração de conhecimento científico sobre a restauração ecológica na região do Vale do Paraíba. Dessa forma, aumentamos a abrangência dos recursos investidos no projeto e criamos novas oportunidades de pesquisa.

Agradecemos a esses parceiros por seu interesse e envolvimento, se unindo à Akarui por uma ciência mais inclusiva e transdisciplinar. As parcerias que mencionamos a seguir foram oportunizadas pelo projeto Reflorestar, mas continuarão nos próximos anos por meio de trabalhos de pós-graduação e de iniciação científica.

LESP/UNIVAP

A Akarui firmou parceria com a Universidade do Vale do Paraíba por meio do Laboratório de Estudos Socioecológicos da Paisagem, coordenado pelos professores Dr. Nathan Vogt e Dra. Maria Angélica Toniolo.

Contamos com a colaboração do LESP na estruturação da base de dados espaciais do projeto, em experimentações para desenvolvimento de ferramentas digitais de coleta de dados em campo, e no mapeamento por drone de áreas em restauração.
Um dos trabalhos em andamento visa desenvolver indicadores de monitoramento da restauração com o uso de imagens de sensores multiespectrais a bordo de drones, o que possibilita

Nessa parceria, temos o auxílio técnico da bolsista em Treinamento Técnico Clazieli Paula, da bolsista em Iniciação Científica Thaís Colacio, e da mestranda Milena Queiroz.

Esquerda: imagens de área em condução da regeneração natural em 2019 (satélite, Maxar) e em 2024 (drone). Captura e tratamento de imagens: Thaís Colacio e Nathan Vogt.
LEME/UNICAMP

Também contamos com a parceria do Laboratório de Ecologia e Manejo de Ecossistemas da Universidade Estadual de Campinas, coordenado pelas professoras Dra. Simone Aparecida Vieira e Dra. Cristiana Simão Seixas. Tivemos o apoio desse grupo na elaboração dos protocolos de coleta de dados e da estratégia amostral para o monitoramento ecológico.

O mestrando Victor Campos Khuriyeh (Programa de Pós-Graduação em Ecologia/UNICAMP) auxiliou a equipe Akarui na coleta e tabulação de dados e está desenvolvendo seu trabalho com base no refinamento das análises dos dados de monitoramento ecológico e também no aprofundamento da análise sobre percepção e engajamento dos proprietários em projetos de restauração ecológica.

DNA Ambiental

Por meio da parceria entre o WWF-Brasil e a Ecomol Consultoria, a Akarui participou do projeto “Amostragem de eDNA (DNA ambiental) para o monitoramento da biodiversidade em áreas de restauração na Serra do Mar". Esse projeto teve por objetivos identificar e comparar a riqueza de espécies de mamíferos e aves em fragmentos florestais cuja restauração foi iniciada há mais de 10 anos, em áreas de pastagem em que a restauração florestal foi realizada em 2022 (ano de coleta das amostras) e em área de floresta contínua (ecossistema de referência: Parque Estadual da Serra do Mar [PESM] - Núcleo Santa Virgínia).

Para isso, colaboramos na seleção e coleta em duas áreas onde a Akarui implantou projetos de restauração ecológica em 2012 (uma próxima e outra distante do PESM) e duas áreas onde implantou projetos de restauração em 2022 (uma próxima e outra distante do PESM). As análises foram feitas pelo sequenciamento de DNA extraído de amostras de solo.

O DNA ambiental (eDNA) refere-se ao material genético liberado por organismos no ambiente através de fezes, urina, pele, pelos, carcaças, entre outros. Esse DNA pode ser coletado em amostras de água, solo, ar ou sedimentos e analisado para identificar a presença de diferentes espécies, sem a necessidade de observação direta ou captura dos organismos. A técnica de análise de eDNA tem se mostrado revolucionária, especialmente para estudos de biodiversidade e monitoramento ambiental, pois possibilita identificar uma grande variedade de espécies a partir de uma única amostra ambiental.

Graças à análise dos marcadores moleculares de vertebrados, esse trabalho identificou 82 espécies de aves, 53 espécies de mamíferos - 6 delas sob algum grau de ameaça, veja figura abaixo - e 19 de répteis e anfíbios.

A técnica utilizada foi eficaz para detectar o aumento na riqueza de espécies de vertebrados nas áreas que estão há cerca de 10 anos em processo de restauração ecológica. Esse trabalho indicou que as áreas há 10 anos em restauração apresentam uma quantidade de espécies de animais vertebrados mais semelhante à de floresta contínua (PESM) do que àquela encontrada nas áreas onde os projetos de restauração foram implantados recentemente. Cabe destacar que esse resultado foi consistente mesmo na área localizada em uma paisagem fragmentada, a mais de 30 km da floresta contínua.

Locais onde a análise de DNA ambiental encontrou evidências de presença de mamíferos com algum grau de ameaça (de acordo com a ‘lista vermelha’ da IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza

A Akarui agradece ao WWF-Brasil e à Ecomol pela oportunidade de participar nesse estudo inovador; esperamos poder continuar contribuindo para o avanço desse conhecimento.