Este método costuma ser utilizado em áreas muito degradadas, em áreas com cultivos agrícolas anuais ou pastagens e que não apresentem condições de regeneração natural (remanescentes florestais nativos próximos, banco de sementes no solo etc.).
O número de mudas de espécies nativas por hectare e a proporção entre espécies pioneiras e não pioneiras pode variar de acordo com as condições de cada propriedade, podendo-se optar por intercalação com adubos verdes e aumento do percentual de espécies pioneiras (crescimento rápido).
Para a recuperação das condições físicas e químicas dos solos usamos diversas plantas conhecidas como adubo verde, que aportam grandes quantidades de biomassa ao solo, tais como o feijão guandu (Cajanus cajan), a crotalária (Crotalaria juncea) e feijão de porco (Canavalia ensiformis). Utilizamos o espaçamento médio de 3m x 2m, resultando em cerca de 1600 plantas por hectare sendo o plantio realizado na época chuvosa (meados de setembro/outubro).
Para a combinação das espécies de diferentes comportamentos (pioneiras, secundárias e/ou climácicas) ou de diferentes grupos ecológicos, foram utilizados dois grupos funcionais: grupo de preenchimento e grupo de diversidade. O grupo de preenchimento é constituído por espécies que possuem rápido crescimento e boa cobertura de copa, proporcionando o rápido fechamento da área plantada. A maioria dessas espécies é classificada como Pioneira, mas as espécies Secundárias Iniciais também fazem parte desse grupo, e por isso o mesmo pode ser referido como grupo das Pioneiras (P).
Com o rápido recobrimento da área, essas espécies criam um ambiente favorável ao desenvolvimento dos indivíduos do grupo de diversidade e desfavorecem o desenvolvimento de espécies competidoras, como gramíneas e lianas agressivas (trepadeiras), através do sombreamento da área de recuperação.
No grupo de diversidade incluem-se as espécies que não possuem rápido crescimento e/ou boa cobertura de copa, mas que são fundamentais para garantir a perpetuação da área plantada, já que irão gradualmente substituir as do grupo de preenchimento quando essas entrarem em senescência (morte), ocupando definitivamente a área. Incluem-se nesse grupo todas as demais espécies regionais não pertencentes ao grupo de preenchimento, inclusive espécies de outras formas de vida que não as arbóreas, como as arvoretas, os arbustos e herbáceas, tanto epífitas como terrestres.
As ações operacionais durante as atividades de restauração foram:
A tabela a seguir traz o custo médio por hectare de implantação e manutenção das áreas com plantio total somado ao enriquecimento com nativas.
Custo médio total (R$/ha) | Implantação (R$/ha) | Manutenção (R$/ha) | % Implantação | % Manutenção |
---|---|---|---|---|
31.169 | 15.290 | 15.879 | 49 | 51 |
Não foi possível desagregar os custos de implantação entre plantio total (PT) e enriquecimento com nativas, pois a forma de contratação no projeto que financiou essa parte foi diferente.
A empresa foi contratada para executar uma lista de atividades por um valor global, para implantação e manutenção de áreas em plantio total e enriquecimento com nativas, e a Akarui não teve acesso aos dados detalhados de gastos.
Porém, sabemos que foram 34,5 ha em plantio total e 8 ha em enriquecimento misto com nativas (81% e 19%, respectivamente). Como o custo do enriquecimento sem dúvida é menor do que o do plantio total, provavelmente estaremos subestimando o valor real do PT e levaremos isso em consideração no momento de fazer as comparações para analisar o custo-efetividade dos diferentes métodos de restauração.