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Governançã

Desde 2021, a entidade vem se dedicando a rever e reorganizar sua estrutura de gestão, buscando modelos alinhados aos sistemas de autogestão e sociocráticos. Além de atualizar sua identidade visual e as formas como atua no território, revisitando suas metas e resultados, sempre com base nos princípios da Agroecologia e de acordo com seus eixos de atuação. Nos eixos são desenvolvidas todas as ações relacionadas às temáticas de Agricultura Agroecológica e Restauração de Paisagens, que materializam nossa atuação.

O eixo de Agricultura contempla o Programa do Divino Alimento que tem como foco a promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional no Vale do Paraíba por meio da assistência técnica agroecológica, da troca de saberes, da ampliação e manutenção de bancos de sementes e produção de alimentos saudáveis em sistemas produtivos e regenerativos, fortalecendo o acesso a estes alimentos nas suas localidades.

O eixo de Restauração da paisagem, acolhe o Programa Floresta, Água e Solo, com objetivo de promover a restauração ecológica das paisagens com vista à conservação da biodiversidade, da água, do solo e à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Dentro da governança institucional, estabelecemos pilares para realização dos eixos, pautados pelo legado e perfil de atuação da entidade. Entre eles destacamos a valorização da educação e da cultura como caminhos de transformação social; a assistência agroecológica aos parceiros; o olhar de planejamento do território numa relação entre o macro e o microambiente; e a geração de conhecimento e gestão da informação.

Encontro de parceiros

No Reflorestar, entre as ações realizadas no âmbito da governança ativa destacamos: ampliação da rede de parcerias, criação do cadastro de áreas, geração de trabalho e renda, diálogos e encontros com proprietários e processos formativos abertos ao público.

Rede de Parcerias

Proprietária da área dialogando com a equipe de execução sobre a manutenção da área

“Um sonho que se sonha só é só um sonho. Um sonho que se sonha junto é realidade.”
A frase da Yoko Ono pode parecer clichê, mas a pŕatica desta frase é poderosa.

A Akarui sempre atua em parcerias para a realização de suas ações e para contrução de um território Agroecológico no Vale do Paraíba. Neste projeto, as parcerias estão entre produtores, proprietários rurais, organizações da sociedade civil, poder público e universidades.

As ações de pesquisa e monitoramento do Refloresta foram realizadas com a parceira da UNIVAP e UNICAMP, além do envolvimento profundo do coletivo Tekoporã na criação do aplicativo de coleta de dados ecológicos a campo. Este processo da geração de conhecimento e gestão da informação requer dedicação e muita parceria.

Maria Tereza, coordenadora de campo orientando a equipe sobre o uso do pé de galinha, ferramenta utilizada para plantar em nível
Uso do pé de galinha, ferramenta utilizada para plantar em nível

Destacamos também a parceria com organizações da sociedade civil do Vale, entre elas a Associação Corredores Ecológicos, Serracima e Instituto Suinã, no esboço, do que mais tarde se transformou, um Termo de Compartilhamento de Dados, entre as entidades, voltado a gestão de informações sobre a restauração no território. E o documento está amparado pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Além disso, são grandes parceiros na restauração os proprietários rurais que se envolvem com a renovação das suas áreas, percebem as mudanças e buscam conhecimento a respeito das práticas e técnicas aplicadas. Neste projeto, participaram das entrevistas de percepção da paisagem e com isso, o olhar e a sensibilidade para a restauração das áreas se tornaram mais presentes.

E por fim, um destaque especial às pessoas que trabalharam à frente dos plantios e intervenções realizadas nas áreas de restauração. As trocas de experiências, a sensibilidade e o cuidado com que desenvolveram o trabalho nesta parceria foi fundamental para os resultados obtidos.

Cadastro de áreas potenciais de restauração

Um dos resultados importantes das parcerias realizadas foi a construção do Cadastro de Áreas para restauração ecológica.
É um cadastro de propriedades rurais com áreas disponíveis para restauração ecológica em municípios localizados no trecho paulista da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Todas as informações cadastradas permanecerão em sigilo, sendo gerenciadas pela equipe técnica da Akarui.

O preenchimento do formulário não implica em garantia de participação em projetos de restauração.
As informações cadastradas são analisadas pela equipe técnica da Akarui que entra em contato quando houver projetos onde as áreas se enquadram. Tais informações também poderão ser compartilhadas com outras organizações parceiras, que tenham projetos na região, facilitando assim a conexão entre áreas de interesse para restauração e as oportunidades para viabilizar esta ação.

Clique aqui para acessar o cadastro de áreas potenciais de restauração.

Geração de emprego e renda

Nós da Akarui prezamos pela sustentabilidade econômica dos nossos parceiros, procuramos sempre promover uma remuneração justa. Como o intuito da parceria foi escalonar a restauração e diminuir custos relacionados a essa atividade, procuramos técnicas de baixo custo econômico para o financiador, porém sem perder a qualidade do serviço, e sem prejudicar o ambiente. Diante disso, propusemos ao Daniel Alves (executor das ações em campo) realizar conjuntamente o monitoramento dos custos.

Realizamos algumas reuniões confeccionando uma planilha para subsidiar uma análise aprofundada dos custos reais de implantação, assegurando que o trabalho seja recompensador a ele. Dessa forma podemos analisar os reais custos de implantação e manutenção, avaliando não só do nosso ponto de vista como contratante dos serviços.

Em 2022, o projeto gerou trabalho e renda direta para 14 pessoas, indireta para pelo menos 4 pessoas, além de uma quantidade que não pudemos determinar de funcionários das empresas onde adquirimos materiais e insumos. Todas as compras são feitas prioritariamente em empresas locais ou dos municípios vizinhos, apoiando a economia local - um dos princípios da nossa atuação.

Diálogos

Ao longo de todo o projeto realizamos encontros com os proprietários das áreas, visando esclarecer os detalhes do projeto, estimular a participação mais ativa em todas as etapas e promover diálogos entre os participantes. Em todos os encontros foi criada uma atmosfera amigável e descontraída, com lugar de destaque para uma mesa de café com alimentos preparados artesanalmente por produtores locais, como estímulo à circulação de produtos agroecológicos e artesanais locais. Estes momentos possibilitaram formações nos temas apresentados pelo projeto e nos assuntos demandados pelos proprietários a partir de suas experiências.


4 de fevereiro de 2022

Nosso primeiro encontro foi realizado com uma dinâmica e roda de conversa sobre o significado da palavra ‘restauração’ para cada um, as motivações individuais para a participação no projeto, e a construção de um entendimento comum sobre o termo. Com isso, objetivamos desenvolver a interação e apropriação do projeto pelos participantes como sujeitos ativos da restauração.

A equipe apresentou os aspectos técnicos do projeto e esclareceu dúvidas dos proprietários.
Em seguida, o grupo chegou a um consenso sobre o nome do projeto, que passou a se chamar Reflorestar.





10 de março de 2022

Este encontro teve como objetivos coletar os documentos e Termos de Adesão assinados, pactuar um cronograma de implantação, informar sobre o andamento da contratação da empresa executora, nos aproximar do grupo e promover uma interação entre os participantes.

Nessa ocasião também foi feito um levantamento sobre assuntos de interesse, que os proprietários gostariam de tratar em futuros encontros/oficinas participativas; os temas elencados foram: adubos naturais e biofertilizantes; legislação ambiental pertinente à restauração ecológica e adequação ambiental das propriedades rurais.




10 de maio de 2023

Este encontro tinha como objetivo apresentar o andamento do projeto - com a entrega de um kit de documentos sobre cada área, como a lista de mudas, o laudo da análise de solo, o projeto executivo com os valores gastos -, relembrar as legislações pelas quais nos orientamos, dar mais detalhes dos próximos passos, estimular uma participação mais ativa em todas as etapas e promover diálogos entre os participantes.

Iniciamos com uma apresentação individual relatando um pouco da sua história e como chegou até ali, após a apresentação realizamos uma dinâmica formando grupos de 4 ou 5 pessoas com o objetivo de entender a expectativa dos participantes quanto à fisionomia da vegetação ao final do projeto. Foi estimulado a construírem uma arte/desenho com essa imagem.

Desenhos realizados pelos proprietários representando sua percepção sobre a fisionomia das áreas nos próximos anos

Também falamos sobre:

  • os aspectos legais que orientam o trabalho de restauração;
  • informações sobre as etapas e formas de realizar o monitoramento ecológico da restauração. Essa apresentação teve como objetivo chamar os proprietários a realizar com nosso apoio esse monitoramento de forma a capacitá-los para que possam dar continuidade a esse trabalho mesmo após o término do projeto.
  • aspectos gerais de cada projeto no âmbito do trabalho em campo, com um resgate das ações que antecederam esse encontro, até os próximos passos que estavam planejados.

Formações

Identificação botânica

Considerando a relevância da identificação taxonômica para estimativas mais refinadas de biodiversidade nas áreas em restauração, organizamos um treinamento em identificação botânica de árvores nativas da Mata Atlântica.

Como parte da parceria da Akarui com o Laboratório de Ecologia e Manejo de Ecossistemas - LEME/UNICAMP (profa. Simone Vieira) o treinamento foi oferecido no formato de mini-curso de 1 dia, com teoria e prática, ministrado pelo biólogo Gabriel Sabino, doutorando em Biologia Vegetal pela UNICAMP.

Além da equipe do Refloresta, o mini-curso foi oferecido aos proprietários participantes em projetos de restauração e outros interessados, fornecendo elementos básicos para a identificação das principais famílias e gêneros de árvores da Mata Atlântica ocorrentes na região.
O mini-curso foi realizado em espaço cedido pela Prefeitura Municipal de São Luiz do Paraitinga, sendo que a parte prática ocorreu no Bosque do Museu Casa Oswaldo Cruz.


Coletores de Sementes

A proposta visou fortalecer uma rede de coletores de sementes no Vale e a Rede de Sementes do Vale do Paraíba, disponibilizando pessoas capacitadas para a coleta, identificação e beneficiamento de sementes florestais, além de ampliar a oferta destas sementes para projetos de restauração na região, o que tem sido um grande gargalo já identificado pela Rede de Atores da Restauração do Vale.

Teve como objetivo capacitar/ profissionalizar pessoas locais interessadas na coleta de sementes florestais e pessoas convidadas de outros municípios que queiram participar.
Aconteceu em 6 módulos abordando temas como:

  • sucessão ecológica, diferenças entres estágios sucessionais;
  • legislação sobre sementes florestais inclusive sobre registro de viveiros;
  • coletores de sementes e padronização, e
  • atividades práticas de identificação de espécies como marcação de matrizes, escalada e organização para coleta, temática da colheita de sementes e a escalada em árvores.

Planejamento de Sistema Agroflorestal: “Desenho de sistemas agroflorestais mistos e regenerativos”

O tema focal deste encontro foi aprofundar os conhecimentos em desenhos de sistemas agroflorestais mistos e regenerativos, como uma etapa inicial da implantação de SAFs. A oficina foi organizada em dois momentos.

O primeiro momento foi organizado para introdução ao tema, reflexões sobre a atuação humana nos sistemas agroalimentares e regenerativos e visita à área onde será implantada a agrofloresta. Desta forma, iniciou-se com o instrutor Marcelo Ribeiro trazendo a reflexão sobre os pontos importantes a serem observados no local da implantação para delineamento dos arranjos. Entre eles estava a situação do solo, presença de fauna e microfauna (inclusive formigas), água, vento, insolação, topografia, entre outros. Após a caracterização de cada ponto, foi realizada uma visita ao local para avaliar as características da área a ser implantada.

Após visita e diálogo no campo, Marcelo trouxe as abordagens básicas e iniciais para atuação num sistema agroflorestal, com base na visão de sistemas regenerativos do Ernst Götsch. Entre os aspectos gerais destacou-se a importância de entender em qual estágio de sucessão ecológica a área se encontra, com base em 3 conceitos: colonização, acumulação e abundância. Além de compreender a sucessão ecológica das plantas e a estratificação. Na sequência, apresentou exemplos de organização de algumas espécies vegetais por tempo de vida (placentas) e estratos.

Foram então organizados 3 grupos de trabalho para construir um desenho possível para a área, a partir do que foi apresentado pelo Marcelo, bem como a lista de espécies de interesse dos beneficiários. Cada grupo apresentou seu desenho, que foi discutido por todos os presentes, inclusive com observações pontuais feitas pelo beneficiário. Ao final, foi definido um desenho de implantação para a propriedade.


Mutirão de implantação de SAF biodiverso

Este projeto teve como premissa a aproximação dos proprietários e comunidade nas atividades de restauração, a fim de levar informações, conscientização e proximidade com a floresta. Para ir ao encontro desse objetivo, realizamos diversas atividades junto a comunidade. Um deles foi essa atividade. Além de aproximar as pessoas das atividades de campo, o fomento aos mutirões diminui o valor da restauração, pois é feito por diversas mãos.

Como contrapartida, o proprietário já fez previamente a roçada na área (0,5 hectare), amontoou a palhada nas linhas de plantio e abriu os berços, realizou a adubação nos berços com Ekosil (potássio), Yoorin (fósforo), torta de mamona (nitrogênio), e calcarear. Tínhamos como tarefa no mutirão levar as mudas até os berços e plantá-las. Tarefa que até parece fácil, porém a área é bastante íngreme e sem nenhuma sombra, o que dificulta muito a atividade no campo. Dessa forma dividimos os participantes em dois grupos, um deles ficaram levando as mudas para o local de plantio e o outro efetivando o plantio e cobertura do berço com a palhada.



Legislação Ambiental e Adequação da Propriedade Rural e o Mercado de Carbono

Os temas do encontro foram escolhidos pelos proprietários por meio de uma enquete realizada no grupo de WhatsApp. O evento, aberto ao público, teve lugar na Biblioteca Municipal de São Luiz do Paraitinga, com o apoio da Prefeitura através da Secretaria de Turismo.
Além dos proprietários, o encontro contou com a presença de duas professoras da rede municipal de ensino da Escola Pamonã. Estas professoras têm desempenhado um papel importante na educação ambiental voltada para a restauração ecológica no entorno da escola ao longo dos últimos 10 anos. Sua participação teve como objetivo compreender melhor as legislações ambientais para apoiar os proprietários na adequação de suas propriedades.

O agrônomo Marcelo Ribeiro foi o facilitador do encontro, conduzindo uma linha do tempo junto aos participantes, relacionando as principais legislações ambientais e seus desdobramentos. Ele também esclareceu dúvidas e trouxe sugestões pertinentes ao tema. Danilo, representante da empresa C3 Ambiental, realizou uma explanação sobre o mercado de carbono, discutindo as possibilidades e desafios desse setor em específico.


Monitoramento participativo

Como parte deste eixo, buscamos fomentar a participação dos proprietários rurais em uma parte do monitoramento da restauração.
O objetivo foi gerar mais envolvimento e percepção de pertencimento dos processos que se desdobram na propriedade, formando assim uma rede de cientistas cidadãos para monitoramento participativo do processo de restauração no médio e longo prazo. A atividade foi apresentada de forma opcional a todos os proprietários do projeto.

Nas propriedades onde os proprietários aceitaram participar, realizamos a instalação de um ponto de observação (um mourão de eucalipto) onde será possível tirar fotos periodicamente, sempre do mesmo local. Assim, entraremos em contato algumas vezes por ano (2 ou 3 vezes/ano) para lembrar da atividade, dar orientações e recolher o material fotográfico (que poderá ser enviado pelo telefone ou e-mail).